
“Soube no final de 2013 que a dona Marisa Letícia tinha uma cota da unidade 141 e que a unidade 164 tríplex estava reservada à dona Marisa e ao ex-presidente. Não sei o que aconteceu, sei que ela tinha essa cota da unidade tipo e que foi me passado pelo diretor à época, o Telmo, que a unidade reservada era a 164”, relatou o ex-diretor.
As investigações da Lava Jato mostram que o tríplex não era, de fato, o imóvel correspondente à cota-parte adquirida pela ex-primeira-dama, morta há três meses, junto à Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop). A cota comprada por Marisa Letícia se referia a um apartamento-padrão no edifício Mar Cantábrico, nome do condomínio até 2009, quando a Bancoop, em dificuldades financeiras, repassou as obras à OAS.
Ainda de acordo com o ex-diretor, que diz ter acompanhado duas visitas da família do ex-presidente ao imóvel, Lula nunca pagou pelo tríplex, nem pelas reformas feitas no imóvel, avaliadas por ele em 1,1 milhão de reais.
“Tinha uma alteração na escada que ligava o primeiro pavimento e o segundo do apartamento, que era uma escada redonda, helicoidal, muito ruim. Tinha, principalmente, que tirar essa escada, fazer uma escada reta, acrescentar um quarto na parte de baixo, colocar piso. O apartamento era entregue no cimento, no contra piso, então, colocar piso em todas as áreas. Fazer um reparo na piscina, tinha um problema de infiltração. Fazer uma adequação no deck lá de cima e colocar uma churrasqueira”, enumerou.
Questionado pelo magistrado se era comum que a OAS fizesse reformas em imóveis residenciais, Moreira respondeu que não. “Deste tamanho, do jeito que foi feito, não era praxe. A gente fez em algumas outras oportunidades, mas colocação de cozinhas comuns. Esse tamanho de obra nunca tinha sido feita. Não era passada nenhuma justificativa, era para que fizesse para entregar para o ex-presidente”.
De acordo com Roberto Moreira, o tríplex 164-A nunca foi colocado à venda pela OAS, ao contrário do apartamento-padrão 141, que foi vendido.
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